sexta-feira, 6 de abril de 2007

aspirador de pó

um reflexo na frente. um estranho rosto que encara outro.
angustiada reflexão. uma casca que se destrói em pó.
mas nada é inalado. nada é capaz de provocar êxtase. nem o pó.

tentativa de toque. apenas uma superfície fria. gelada.
sem sensações. um vazio cheio de imagem. cheio de marcas.
não as de expressões. porque não há mais expressão.
apenas o vazio. apenas o pó.

não reconhece a si mesmo. quem foi um dia. quem é. ou seria.
quem fingia existir atrás da casca. a que virou pó.
o pó que nem ao menos é inalado.

o pó que é apenas jogado debaixo do tempo.
o que fica. e nem o vento quer levar consigo.
o que sobra quando nada mais tem. nada mais se finge. nem se constrói.
a verdade relativa que encara o fim.
o fim que vira pó.
tão frio. tão seco. nem a água que sai dos oculares é capaz de existir.
só o pó.

Um comentário:

Mariah Menezes disse...

do pó dizem que viemos... e pro pó dizem que retornaremos!
Seja ele frio e seco... ou sem importância remota....
bom... como sempre! mas vc demora demais... hahahahahaha!
beijocas
amo