sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

.

acabou.
.
é só isso.

o blog também se encerra. aqui. agora.

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

se você olhar bem.
nada.
é.
verdade.

nada.
nem a frase des-construída.

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

só. por ali.

vazio. só, é tão perto.
barulho. confusão.
em um mundo distante, os pensamentos.
a alma vaga. sem cor.
o mundo repleto de rosas.
e por dentro, a falta.
e por dentro, o excesso.
sem saber do que. sem saber porque. ou onde.
sem querer entender. sem querer. sem entender.
e de longe se enxerga. longe demais para alcançar.
o eu do outro lado. deixando para trás.
se afastanto a cada palavra.
________ a cada dia.
________ a cada momento.
________ a cada sentimento. [a falta]

perdido. ou apenas distante demais.

domingo, 9 de novembro de 2008

des-afinado


e o tempo passa. e os minutos corridos parecem trazer lembranças de cada momento. mágicos ou trágicos.
lembrança daquele sorriso. do carinho que tinha, do amor desmedido, do que já fui e não encontro mais.
me des-encontro perdida no tempo. sem saber quem sou, com imagens do que fui e com poucas certezas do que serei.
mas como brisa soprada pela janela, descubro o que não quero mais. o vazio que não quero ter. a vaga imensidão que não quero ser. o olhar de momento, o sorriso dissipado, a falta de verdade.
des-verdades outrora concedidas e convenientemente aceitas. não mais.
eu quero falar sobre verdade.
e de verdade.
não sei mais quem pontua a última frase.


.só reconheço o toque des-afinado do violão.

terça-feira, 30 de setembro de 2008

...seven hours...

As duas rodinhas triplas giram conturbadas. Apressadas. Assim como os dedos, incontroláveis.
O saguão vazio e o cheiro de limpeza anunciam o vasto vazio.
O olhar piedoso que não abranda as palavras. E lá se foi.
Os incontroláveis fios de água que escorrem pelos glóbulos sem preocupação com platéia. E encharcam o cachecol que não aguentará o frio da alvorada.
O toque vazio e distante. A voz longe. A vontade de correr e chegar.
O silêncio novamente.
As cadeiras vermelhas seguidas, como exércitos à espera de mais sete horas.
Um cearense que dorme no colo de sua carinhosa esposa.
Dois homens do mundo que descansam sobre três cadeiras.
Os repentistas tocadores que desfalecem agarrados ao bumbo e a zabumba. Coloridos.
O senhor de óculos que lê Saramago.
A senhora com o escudo de frasqueira roxa.
O jovem com seus fones amarelos. E o outro com seu capús vermelho.
Os ponteiros gigantes que não se movem.
Os pedidos de remoção para a limpeza. O vai e vem da água pelo chão. Único movimento das duas.
A leitura que cansa. Os olhos que teimam em cerrar.
A força em mantê-los.
As músicas decoradas que soam apenas como barulhos as três.
O casal com paetês e gravata que entra e sai sem explicação.
O primeiro cheiro de café de onde não se sabe.
A luz que se ascende.
No fim do túnel com cheiro de pão de queijo.
Às quatro acordados. O movimento recomeça.
O grupo de camisas idênticas e faixas.
O vai e vem. Um rosto conhecido.
Os passos que levam ao despertar. Já é quase dia.
Um café. Que deixa áspera a superfície sedenta e queimada.
Um passeio para as duas rodas que cansaram do local.
Água no rosto. Fila.
O jovem másculo com sapatos de purpurina que se coloca entre a vontade e o destino.
E enfim. A espera certa.
Agora apenas mais uma e meia.
Mais uma.
Meia.
Água.
Escadas.
Quinze minutos.
Inclinação. Sono.
Mais cinco horas. Até o destino.

sábado, 20 de setembro de 2008

partitura*


sem mais refrões que contradizem a frase que sai dos olhos [ou da boca].
sem mais letras inconvenientes que soam na alma.
sem mais melodias simples de mentes complexas.
sem mais um nome que nada diz. [ou diz tudo].
sem mais uma respiração pelas cordas arranhadas.

sem mais música. aquela que nunca consegui compor.
e que faz falta no encarte.

não sou compositora.
e talvez nunca chegue ao final de uma simples frase.
faltou música.
...em uma partirura vazia.

terça-feira, 18 de março de 2008

. Ponto Final

Alucinações de uma noite. Em preto e branco.
A cor se perdeu. Dilacerou-se pelo chão.
Almas sem vida. Que tragam a minha.
Morangos sem sabor. Coração sem pulsar.
Sonho acabado. Deixado de lado. Pisado.
Pisado por indigentes no alto de seu pedestal. Do seu oco pedestal que de podre se estatela.
Podre vida que se mantém. Uma maçã podre também apodrece bananas, goiabas e jaboticabas.
Infelizes vazios que destróem sonhos alheios.
Meus sonhos.
Ignorados. Inescrupulosamente rasgados em uma lata de lixo.
De onde esperava saber. Decepção.
De onde aguardava novos sonhos. Ponto final em todos.

E o pior não é que alguém destrua seus sonhos, mas que os insulte.
Não é pior destruir, porque a destruição é muito para a pequenez.
Mas o insulto... esse desrespeita o ser.
Mata. Aos Poucos. E sempre.