sábado, 28 de abril de 2007

Cronômetro Regressivo


Cheiro, toque, gosto.
Lembranças revividas em estado paralelo.
Realidade abstrata de sentidos. Minutos sentindo.
Incertezas de ontem balbuciadas pela convicção instantânea.
Sentimentos retocados pelos olhos que procuram se perder.
Consequências não medidas. Análise de dimensões. Régua da existência. Regras.

Paz de orvalho. Pele gelada... quentes poros.
Tranquilidade achada entre perdidos;
Aprendendo apreendidos sentimentos rebuscados, não guardados.

O fim que não se há. O fim que não se sabe. Incerto e belo.
Retas paralelas que se cruzam... em alguma finita dimensão.

E sobra... "Sobra tanta falta"...

Sei lá... eu sei!

terça-feira, 17 de abril de 2007

Mutação


A luz que de longe batia na reflexão de um sorriso ocular.

Que de perto pertubava as mãos líquidas e o frio surdo abdominal.

Que exalava o intenso e inevitável. Que penetrava nos poros e na alma antes viva.

A criança que despertava do profundo sono e gargalhava do mundo.

O tempo. mais do que números representativos. desatador.

O vento. mais do que um sopro ingênuo. carregador de lembranças.

Lembranças. Menos ternas. Mais carregadas.

A luz que de perto torna escuridão de uma gota ocular.

Mãos trêmulas que ressecam pela fria dor superior.

Aroma. Que na lembrança torna agulha fina e profunda.

Criança. que cresceu. Perdeu a ingenuidade e a graça do mundo.

O tempo. mais do que números representativos. Marcador de lembranças que persistem em algum canto.

...no canto que os olhos chegam e não queriam encontrar...

quarta-feira, 11 de abril de 2007

Mediocridade me assusta.
Tão presente e tão estúpida.
Mentiras de uma verdade que nem se cogita ter.
Falsária expressão de olhos opacos.
A pequenez provoca ânsia. A limitação impede o sonho.
O compulsivo querer do nada. do querer sempre e a cada momento. Um novo querer vazio. O pseudo desejo da falta de si.
Um encontro. abastado e abstrato. Absurdo vazio deslocado.
Auto-pseudo-enganação.
Duvidosa crença do mundo.
Ah! A verdade... ensurdecedor eco do fundo de um labirinto vazio.

terça-feira, 10 de abril de 2007

queimaram meu quebra-cabeça

Mil escombros caidos ao chão. Partes que se desencaixam. Pedaço. Subjulgado a pedaço somente.
Labaredas altas. Ardor em cada ponto. costurados em linha de seda sobre as lacunas outrora rasgadas.
Dilacerados de sonhos. objetivos questionados por pensamentos nocivos. meramente insano.
Descoberta insanidade. sob a pseudo-normalidade. Se confundem. Se difundem.
Mil pedaços confundidos.
Mil pedaços difusos.
Quebra-cabeça acéfalo. A quebra não perturba o que não existe. incomoda. Inexistência nula e falha.
Vazio intrínseco. Podridão esfoliada pela pele. Imagem ressecada.
O que cai ao chão.
O que vira escombro.
Mil escombros mortos caidos ao chão.

sexta-feira, 6 de abril de 2007

aspirador de pó

um reflexo na frente. um estranho rosto que encara outro.
angustiada reflexão. uma casca que se destrói em pó.
mas nada é inalado. nada é capaz de provocar êxtase. nem o pó.

tentativa de toque. apenas uma superfície fria. gelada.
sem sensações. um vazio cheio de imagem. cheio de marcas.
não as de expressões. porque não há mais expressão.
apenas o vazio. apenas o pó.

não reconhece a si mesmo. quem foi um dia. quem é. ou seria.
quem fingia existir atrás da casca. a que virou pó.
o pó que nem ao menos é inalado.

o pó que é apenas jogado debaixo do tempo.
o que fica. e nem o vento quer levar consigo.
o que sobra quando nada mais tem. nada mais se finge. nem se constrói.
a verdade relativa que encara o fim.
o fim que vira pó.
tão frio. tão seco. nem a água que sai dos oculares é capaz de existir.
só o pó.